quinta-feira, 21 de junho de 2012

Poemas, versos e citações


 
Essas são citações, versos e poemas românticos que fiz a algum tempo. Você pode copiar e mandar a sua namorada (o), desde que cite a fonte!


Abrir-se ao novo
Desencontrar-se com o medo do recomeço. Desenganar-se que a desilusão pode tornar-se superior. Dar o braço a torcer e torcer que o abraço envolva e comova. Desatar o leão que ruge. Permitir a alma sobrevir de frenesi e agitação. Deixar que o peito arda, o coração bata e o estômago doa.
Respirar, perfume; observar, beleza; degustar, beijos; apalpar, curvas; Desentupir, receios; descongelar, paixão; conjecturar, união; amanhecer, novo.
 Luiz Sanches

Sabores femininos
Existe mulher que é um doce. De manhã te dá o meu da boca. Tem uma pele de pêssego. À tarde lhe salga a relação. À noite lhe apimenta a cama. Se esta é a sua, guarde em local livre de insetos, pois com tantos ingredientes é difícil não agradar a todos os gostos.
Luiz Sanches

Homens rudes
            Sabe que eu adoro homens rudes, mandões, machistas e que gostam de bar copo sujo? E sabe por quê? Porque eles maltratam as mulheres, não as respeitam e as fazem ver que todo homem é igual. Aí eu apareço e rapidinho elas percebem que eu sou a exceção.
Luiz Sanches


Sintomas de uma doença
Um dia você pode acordar e perceber que está doente.  Os sintomas são: o peito continuar quente, mesmo quando não se está abraçando alguém. Não entender a última coisa dita, porque o pensamento estava longe. Quando alguém gritar com você, não sentir a necessidade de gritar de volta. Deixar a todo instante as coisas caírem no chão sem querer. Acordar de noite sem motivo. Mãos estão molhadas e a boca seca, estar apressado, mas não tem aonde ir.
Quando você perceber isso, saberá que a única pessoa que pode te curar é aquela que você a encontra sem querer na rua, olha de novo e percebe que não é ela.
Luiz Sanches
 
Verso do avesso ao reverso
O triunfo não se confundiu e abastou-me de imediato. Trás-me ao âmago esta do sorriso evidente. Teu néctar ainda escorre em meus lábios. Teu perfume não se extraviou das minhas narinas. De súbito o júbilo convence. Minha pele pode e pede pela peleja que nos cabe e já percebe a saudade que apela no apelo que acabe. A estrada estragada converge. As mãos em contramão se encaixam sólido como peça de quebra cabeça e despeça da solidão.
 Às vezes me perguntam de onde vem a inspiração. Talvez o meu coração não tenha nada de melhor em relação aos outros; só está sendo visitado por quem é a melhor.
Luiz Sanches


Vem para mim outra vez!
Vontade de estar com você
estar do teu lado, te revê!
Sentir o seu abraço
formar um laço

Sentir mais uma vez o teu perfume
não me prive deste costume!
Sabes que eu preciso
me encantar com o teu sorriso

Trás-me a boca de encontro a minha
e dá-me a mão enquanto caminha
Não deixa o meu coração tão sozinho
que eu sou teu vizinho

Quero brincar com o teu cabelo
Então, atenda meu apelo
Vem outra vez e me saúde
medicar a minha saúde
Que a saudade já está no ar,
não deixe o tempo se acabar
Luiz Sanches


Desperta coragem
Se você deixar a luz acessa, pode ser que durma sem medo. Se você sentir Deus, pode atravessar uma floresta. E se você olhar nos olhos, conseguirá dizer eu te amo sem fraquejar.
Luiz Sanches

terça-feira, 5 de junho de 2012

Dou-lhe uma oportunidade




Luiz Sanches

Augusto é um homem de negócios. Batalhou como cão em sua juventude e agora desfruta de um emprego fixo, rentável e promissor como gerente de uma grande indústria têxtil. Conheceu boa parte do Brasil durante viagens de negócios e numa destas viagens foi apresentado a Isabel, com quem se casou e tem um casal de filhos. Os filhos estudaram em boa escola e logo aprenderam de negócios. O mais velho, fez administração e com vinte anos de idade já exercia a profissão em uma pequena empresa, mas de renome. Como na família de Augusto a grande maioria teve que se contentar com subempregos, Augusto e seus filhos são vistos por estes como orgulhosos, sortudos e seu filho, como protegido do papai, que lhe deu um emprego de "mão beijada", o que não é verdade, já que seu filho adquiriu o emprego por conta própria.
Augusto sabendo da dificuldade financeira do seu irmão César aproveita outra viagem de negócios para visitá-lo e oferecer emprego aos seus filhos. Ao chegar a sua casa, como sempre, César reclama da vida difícil e pede um dinheirinho emprestado, algo como uns dois mil reais. E como sempre também, Augusto nunca empresta, mas oferece uma oportunidade de estudo a César e seus dois filhos. César reclama de já estar velho demais e não ter paciência para estudar e que seus filhos não precisam de estudo, precisam sim é de um bom emprego e que remunere bem. Augusto, já aguardando esta resposta, chama os rapazes, de vinte e um e dezoitos anos e lhes oferece primeiramente estudo. Os rapazes só querem saber de computador e baladas. Augusto oferece emprego, mas nem sequer se preocupam em dar prosseguimento à conversa. César reprime os rapazes que apelam dizendo ao pai que este deve prover o sustento da família e não eles. Augusto, sem sucesso, resolve passear algumas vezes na cidade com os rapazes e aos poucos tenta os convencer do emprego ou do estudo, mas relutam e aceitam somente que o tio lhes pague a cerveja.
Numa das saídas à cidade, porém desta vez sozinho, Augusto vai a uma pizzaria ao ar livre e repentinamente vem ao seu encontro uma moça vendendo flor, bonita, maltrapilha e esfomeada. Claro que Augusto não tinha a quem oferecer a flor e logo descartou a compra, mas a moça perguntou: "o senhor vai comer o resto da pizza? É que estou com fome!". Sem entender ao certo o que comandou a Augusto, este diz à moça que pode se assentar e comer. Sem vergonha para pedir, mas em excesso para se assentar, a moça come em pé e sabe-se lá porque, permanece comendo ali. Logo sai, profundamente agradecida e apresada para vender um mínimo de flores nesta noite. Augusto observa e reflete no que é a vida. Como pode a vida amargurar a quem deseja lutar e abastar a quem pouco se importa. Reflete no que ele pode oferecer a alguém desconhecido. Porque insistir em ajudar a quem não quer? Porque é parente e mesmo não tendo retorno financeiro, terá prestígio e admiração? Sentir-se-á antes os seus como o provedor? Vale a pena? Alcançará estes objetivos inúteis? Augusto se levanta rumo à moça e lhe pergunta se quer emprego. O que ele não esperava era dele ser surpreendido. A moça é uma repórter disfarçada fazendo uma matéria sobre moradores de rua. Augusto apareceu na televisão. A família toda o viu como um bem feitor.
Seus sobrinhos, por outro lado, ficaram chateados de não serem convidados para aparecerem neste dia. Augusto volta para São Paulo como o tio que se esqueceu dos sobrinhos e seu irmão não lhe dirigiu mais a palavra, que o considerou como orgulhoso por querer aparecer sozinho na televisão: "porque não chamou meus filhos neste dia, seria tão bom para eles"... reclamou sempre deste este dia em diante César, pelas costas de Augusto.