Luiz Sanches
Shirlei é um mulherão, mas não daquelas que se vê na televisão, ela é muito mais que isso! É mulher para ofuscar os olhos. Até as outras mulheres se sentem atraídas por ela. Um espetáculo é pouco: é a oitava maravilha do mundo! Do tipo que você só vê uma ou duas vezes na vida. Cabelos lisos castanhos, boca carnuda, uma marca em local reservado, peitos deslumbrantes e andar de modelo.
O nome Shirlei é artístico, pois ela é prostituta. Mas nem pense em contratá-la facilmente. Não, não... Shirlei só faz um programa por noite e para quem pagar melhor e caro, bem caro! E também nunca aceita um programa com o mesmo homem, salvo em raras exceções, por livre escolha dela mesma. Nestes casos, haja dinheiro para pagar uma revanche. E vou logo avisando: tem que ser muito homem para aguentar uma noite com a Shirlei, insaciável. Se parar no meio do caminho é ela que reclama! Você acha que está pagando para mandar como quer? Nada disso; o pagante só descobre que é ele quem obedece tarde demais.
Se já recebeu convites de namoro, noivado ou casamento? Isso nem se conta! Um em cada esquina, mas até o momento, Shirlei diz esperar pelo homem da vida dela e aí sair dessa vida louca e amarga. Não houve um macho a altura de tanta carne desta estrutura invejável.
Certa noite dois homens que já tiveram a dita de pernoitar com a Shirlei (mas que nunca mais o farão, não por vontade deles, claro) pediram a ela para dormir com um amigo que é quietinho, boa gente, religioso, noivo e virgem, mas "boa pinta". Queriam realizar uma aposta: se o rapaz aguentaria a paquera de uma mulher como a Shrilei, já que ele se diz fiel imutável de sua querida noiva, com casamento marcado. Se ela conseguisse convencer o rapaz, um dos apostadores ganhava a aposta, se não, o outro ganhava e se provava de uma vez por todas que o rapaz, de nome Alfredo, é o maior fiel de todos os tempos. Aposta feita, lá vai Shirlei a oficina do Alfredo, que se encontrava só, no final do expediente, todo limpo e arrumado, nem parecendo um mecânico que se preze. Conversa vai que ela precisava de um mecânico, cantada volta, passada de mão no ombro, olhares entrecortados, conhece os cômodos da oficina e nada! As vezes parecia que ele nem desconfiava das intenções "generosas" da Shirlei. Não deixava Alfredo de falar da beleza e bondade da sua amada Carina com quem deseja se casar, do quanto irá crescer como homem e ter a sua oficina, dos estudos e compromissos importantes, dos valores éticos de uma pessoa e suas poesias, que entreteram a atenção da Shirlei, que até pensou: -"acho que estou pecando com esse rapaz!". Mas aposta feita, é aposta cumprida, sua função ali era provar o rapaz e lá foram novas investidas. O doce rapaz se viu envergonhado, tímido com tanta formosura ao seu encalço. Shrilei apronta: -"eu estou de olho em você a muito tempo, só quero um beijo seu", e leva a conversa sem apresentar suas palavras inesperadas de uma desbocada prostituta. Alfredo retraído e encurralado vai cedendo aos poucos as carícias da Shrilei, que já pensa como pode querer desvirginar um rapaz tão certinho? Alfredo cai na armadinha, já lá pela meia noite e passa a noite em carícias, amassos e beijos ardentes, bem ardentes. As vezes calmos, por hora quase a engolindo. O sexo se torna ininterrupto, madrugada adentro e sem hora para acabar. Alfredo a trata como uma dama, lhe diz poesias guardadas a sete chaves ao pé do ouvido. Nenhum homem tratou a Shrilei como mulher, senão como objeto que se paga, usa e joga fora. Já foi maltratada, agredida e humilhada um sem número de vezes. Essa vida bandida dava-lhe dinheiro, mas lhe fazia valer cada vez menos. Alfredo foi um "gentlemen". Carinhoso, calmo, porém afoito nos momentos de "paixão bruta". A tratou como pessoa, sem saber de sua origem. Para um virgem, mandou muito bem. Imagina quando estiver experiente?
Pelo início da tarde, Shirlei chega em casa com a pulga atrás da orelha: -"como pude fazer isso com um rapaz tão puro?" E como ela gostou de ser tratada como mulher deve ser tratada.
À noite, teve lá seu programa habitual, que nada lhe agradou. Só pensava no Alfredo. Disse aos apostadores quem ganhou a aposta. Quase saíram os dois no tapa: -"eu sabia que o Alfredo não ia aguentar, eu sabia, ganhei a aposta!" Pela manhã, Shirlei foi procurar ao Alfredo, que não lhe deu bola. Dissera que teve uma excelente noite, mas não iria terminar o noivado. Recomendou que procurasse outro, a não ser que ela declarasse que estava apaixonada de verdade por ele. Shirlei ficou arrasada, nunca se apaixonou. Trabalho é trabalho. Noite vai, noite vem e ela sendo humilhada por um cafajeste qualquer. Não esquecera a Alfredo e correu aos seus braços, não disse que estava apaixonada, mas que o amava! E dá-lhe sessão ininterrupta de sexo selvagem, com Shirlei aos pés de Alfredo.
À noite Alfredo, numa mesa de poker, fumando seu charuto cubano, bebendo whisque da melhor qualidade, rodeado de mulheres vagabundas e caras mal encarados, comenta com o seu companheiro de jogo: -"sabe como consegui conquistá-la? A fiz se interessar em mim e a tratei como mulher não importando o que ela é. Mulher gosta é de homem que a trate bem, por isso ninguém conseguiu ficar com ela. Não existe nada disso que mulher gosta de apanhar e que a chamem de vadia... Mandei dois falarem que eu sou virgem e todo certinho. Pois bem, apostei com você que a deixaria apaixonada por mim! Passa o dinheiro que hoje vou gastar com ela!"